domingo, 30 de janeiro de 2011

O desabar do grande pilar da política externa dos Estados Unidos no Oriente Médio. (Fala alguma coisa Dilma)

Azenha diz: "Assistimos, nas últimas horas, ao desabar do grande pilar da política externa dos Estados Unidos no Oriente Médio: regimes repressivos pró-ocidentais articulados com a prioridade absoluta de Washington nos últimos 50 anos (?), o de garantir a segurança de Israel. Permaneça ou não no poder, no curto prazo Hosni Mubarak será obrigado a fazer concessões impensáveis para um cliente fiel da política externa dos Estados Unidos. Concessões que vão fraturar a ideia de que é possível calar a “rua árabe” às custas de alguns bilhões de dólares em ajuda anual. Estes acontecimentos são de uma enormidade equivalente à queda do muro de Berlim…

Washington já não manda mais no Oriente Médio como sempre mandou. O desgaste de Mubarak não tem relação apenas com o fracasso econômico de seu regime, mas também com o fato de que ele se distanciou da solidariedade árabe ao sofrimento dos palestinos nos territórios ocupados por Israel. Mubarak se vendeu por alguns tostões e, em certa medida, é isso o que os egípcios estão dizendo nas ruas.

A competência de Celso Amorim repousava na capacidade de reconhecer com rapidez as mudanças no cenário internacional e se adaptar a elas. Amorim reconheceu, por exemplo, muito antes que seus pares, o papel central da Turquia como elo de ligação entre os interesses do Ocidente — a Turquia integra a OTAN — e os do Oriente Médio. Amorim reconheceu o papel central que o Irã jogará no futuro da Ásia central, que independe da opinião de Washington a respeito do regime iraniano.

Um tempo de mudanças extraordinárias, como o que estamos experimentando, pede ousadia.

Seria realmente trágico se Dilma Rousseff recuasse na política externa criativa e ousada de Celso Amorim, aceitando pura e simplesmente uma papel subordinado do Itamaraty à política externa seletiva de “Direitos Humanos” de Washington.

Aliás, para quem condenou claramente o Irã, em entrevista ao Washington Post, será que Dilma não está nos devendo uma declaração sobre o Egito?"

Concordo perfeitamente.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Imperialismo Yankee quer impedir programa espacial brasileiro

EUA querem impedir programa espacial brasileiro
RIO - Ainda que o Senado brasileiro venha a ratificar o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas EUA-Brasil (TSA, na sigla em inglês), o governo dos Estados Unidos não quer que o Brasil tenha um programa próprio de produção de foguetes espaciais. Por isso, além de não apoiar o desenvolvimento desses veículos, as autoridades americanas pressionam parceiros do país nessa área - como a Ucrânia - a não transferir tecnologia do setor aos cientistas brasileiros.

A restrição dos EUA está registrada claramente em telegrama que o Departamento de Estado enviou à embaixada americana em Brasília, em janeiro de 2009 - revelado agora pelo WikiLeaks ao GLOBO. O documento contém uma resposta a um apelo feito pela embaixada da Ucrânia, no Brasil, para que os EUA reconsiderassem a sua negativa de apoiar a parceria Ucrânia-Brasil, para atividades na Base de Alcântara no Maranhão, e permitissem que firmas americanas de satélite pudessem usar aquela plataforma de lançamentos.

Além de ressaltar que o custo seria 30% mais barato, devido à localização geográfica de Alcântara, os ucranianos apresentaram uma justificativa política: "O seu principal argumento era o de que se os EUA não derem tal passo, os russos preencheriam o vácuo e se tornariam os parceiros principais do Brasil em cooperação espacial" - ressalta o telegrama que a embaixada enviara a Washington.

A resposta americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que "embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil". Mais adiante, um alerta: "Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil".

O Senado brasileiro se nega a ratificar o TSA, assinado entre EUA e Brasil em abril de 2000, porque as salvaguardas incluem concessão de áreas, em Alcântara, que ficariam sob controle direto e exclusivo dos EUA. Além disso, permitiriam inspeções americanas à base de lançamentos sem prévio aviso ao Brasil. Os ucranianos se ofereceram, em 2008, para convencer os senadores brasileiros a aprovarem o acordo, mas os EUA dispensaram tal ajuda.

Os EUA não permitem o lançamento de satélites americanos desde Alcântara, ou fabricados por outros países mas que contenham componentes americanos, "devido à nossa política, de longa data, de não encorajar o programa de foguetes espaciais do Brasil", diz outro documento confidencial.

Viagem de astronauta brasileiro é ironizada
Sob o título "Pegando Carona no Espaço", um outro telegrama descreve com menosprezo o voo do primeiro astronauta brasileiro, Marcos Cesar Pontes, à Estação Espacial Internacional levado por uma nave russa ao preço de US$ 10,5 milhões - enquanto um cientista americano, Gregory Olsen, pagara à Rússia US$ 20 milhões por uma viagem idêntica.

A embaixada definiu o voo de Pontes como um gesto da Rússia, no sentido de obter em troca a possibilidade de lançar satélites desde Alcântara. E, também, como uma jogada política visando a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Num ano eleitoral, em que o presidente Lula sob e desce nas pesquisas, não é difícil imaginar a quem esse golpe publicitário deve beneficiar.

Essa pode ser a palavra final numa missão que, no final das contas, pode ser, meramente 'um pequeno passo' para o Brasil" - diz o comentário da embaixada dos EUA, numa alusão jocosa à célebre frase de Neil Armstrong, o primeiro astronauta a pisar na Lua, dizendo que seu feito se tratava de um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a Humanidade.

Fonte: http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/01/25/eua-tentaram-impedir-programa-brasileiro-de-foguetes-revela-wikileaks-923601726.asp


Meus Camaradas, isso é apenas mais uma ilustração de como o Imperialismo Yankee é maléfico a potências emergentes, como a nossa nação. Um programa desse tipo, como o espacial brasileiro, pode trazer, somente, avanços a nosso amado país, e óbvio, que aqueles que visam dominar o Globo Terrestre, não tem o menor interesse em ver um gigante, como o Brasil, despontando tecnológicamente, tecnologia de ponta é algo de vital importância pra qualquer estado que almeje alcançar grande desenvolvimento, e tornar-se uma grande potência de fato.

É bom lembrar que governos anteriores, em nosso país, se sujeitavam facilmente a esse tipo de política intervencionista. O fim da subserviência a interesses estrangeiros, é um dos grandes méritos do Governo Petista.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Manifesto do Partido Hezbollah

PARTIDO Hezbollah sobre a hegemonia americana

Depois da Segunda Guerra mundial, os Estados Unidos impuseram-se como projeto central de dominação, um projeto fundado num desenvolvimento nos mecanismos de dominação e escravização sem precedentes, reforçado por realizações a todos os níveis do conhecimento científico, cultural, tecnológico, econômico e militar.

Um projeto político e econômico que considera o mundo apenas como uma abertura a mercados que devem ser regidos pelas suas próprias leis.

A coisa mais perigosa na lógica da hegemonia do Ocidente, e muito em especial dos Estados Unidos, é considerar que o direito de dominar o mundo é uma coisa natural e, portanto, que a estratégia econômica capitalista do projeto é de natureza global, sem limites nas suas ambições gananciosas.

Os fatores de controle do capitalismo selvagem, que são constituídos por um presidente e redes internacionais sustentadas por sociedades transnacionais, instituições internacionais, nomeadamente financeiras, apoiadas pela força militar superior, provocaram conflitos de identidades, de culturas e de modos de civilizações, contradições entre ricos e pobres, etc.

O capitalismo selvagem transformou a globalização num mecanismo de dominação, de desunião, de discórdia e de destruição das identidades, até mesmo de alienação cultural, econômica e social.

Esta globalização atingiu o seu paroxismo quando se transformou em militar; não faltam no Oriente Médio exemplos disso, como o Afeganistão, o Iraque, a Palestina, o Líbano, com a guerra global de julho de 2006, executada pelos israelenses.

A hegemonia e a dominação dos Estados Unidos atingiu recentemente níveis perigosos, sobretudo a partir da última década do século 20 e ainda hoje, de modo ascendente após a queda da União Soviética, uma oportunidade histórica para a hegemonia americana de liderar o mundo, em nome da responsabilidade histórica, e de impor a ideia de que não há distinção entre os interesses do mundo e os interesses americanos.

Esta hegemonia atingiu o seu apogeu com a administração Bush, que exprimiu a sua visão num documento "Projeto do Novo Século Americano", escrito antes das eleições americanas de 2000.

Não é de estranhar nem de surpreender que este documento insista na questão do reforço das capacidades dos EUA em todo o mundo, através duma política estratégica fundada no reforço das capacidades militares. Estas últimas já não são uma força de dissuasão, mas também uma força de intervenção, tanto para efetuar ataques "preventivos" para fins "terapêuticos", como para tratar das crises depois de estas se produzirem.

A administração Bush considerou os acontecimentos do 11 de Setembro de 2001, como uma ocasião para realizar essa visão, através do slogan da "guerra mundial contra o terrorismo" e esta administração trabalhou da forma seguinte:

1 – militarização da política externa e das suas relações diplomáticas.

2 – evitar depender dos enquadramentos multilaterais e monopolizar a tomada de decisões estratégicas e a coordenação, em caso de necessidade, com os aliados que podem ser convocados.

3 – resolver rapidamente a guerra no Afeganistão para se preparar para a etapa seguinte, ou seja: controle do Iraque, que servirá de ponte principal para o estabelecimento de um novo Oriente Médio em ligação com as exigências do mundo após o 11 de Setembro. Esta administração não hesitou em recorrer a todos os métodos de camuflagem, de enganos e de mentiras desavergonhadas para justificar as guerras, em especial a guerra no Iraque, contra todos os que resistem aos seus neo-países coloniais.

Neste contexto, a administração dedicou-se a estabelecer uma ligação entre o terrorismo e a resistência para lhe retirar toda a legitimidade reconhecida nos direitos do homem e justificar assim a luta contra as guerras de todos os tipos, e reduzir a zero os últimos bastiões da defesa dos povos e o seu direito de viver em liberdade, com dignidade e com orgulho, de viver a sua própria experiência, de assumir os seus papeis no movimento da história humana, cultural e intelectualmente.

O "terrorismo" serviu de argumento para a dominação americana através de diversos meios: processos judiciais, prisão e detenção arbitrárias, ausência dos elementos mais fundamentais de um processo justo, como se verificou nos locais de detenção de "Guantânamo", intervenção direta na soberania dos Estados, desencadear guerras destrutivas e devastadoras sem distinguir o inocente do culpado, nem entre crianças e adultos, entre mulheres e jovens…

O preço humano das guerras americanas contra o terrorismo já ultrapassou o número de milhões de pessoas, sem contar com a destruição das infra-estruturas, e também o desmantelamento da estrutura e dos componentes das próprias comunidades.

Não há a menor dúvida de que o terrorismo americano está na origem de todo o terrorismo mundial, e de que a administração Bush tornou os Estados Unidos numa ameaça para o mundo inteiro, a todos os níveis. Se, atualmente, se fizesse uma pesquisa da opinião mundial, os Estados Unidos apareceriam como o país mais odiado do mundo.

O fracasso sofrido pela guerra no Iraque e a situação evolutiva da resistência, o fracasso da alegada "guerra contra o terrorismo", especialmente no Afeganistão, onde se assiste ao regresso em força do movimento dos talibãs e ao reconhecimento do seu papel procurando entrar em acordos com eles, assim como o fracasso da guerra americana contra a resistência no Líbano e na Palestina, através da ocupação israelense, tudo isso atingiu violentamente o prestígio americano a nível internacional, provocando um recuo estratégico na sua capacidade de ação.

No entanto, isso não significa que os Estados Unidos se vão retirar de cena facilmente, mas farão tudo o que for necessário para proteger o que eles chamam os seus "interesses estratégicos", porque os políticos que pretendem promover a hegemonia americana, os projetos ideológicos, alimentados por tendências extremistas aliadas à componente militar, não conhecem limites para a cupidez e as suas ambições.

Os mundos árabe e muçulmano têm estado sujeitos durante séculos, a guerras coloniais brutais e sem fim, a começar pela implantação da entidade sionista na região, no quadro duma fragmentação da região em entidades contraditórias.

Atingimos o apogeu desta fase com os Estados Unidos que herdaram o antigo colonialismo na região.

O objetivo central do controle americano dos povos em todas as suas formas é político, econômico, cultural e a pilhagem dos seus recursos, em especial a pilhagem das riquezas petrolíferas é um meio de controle do Presidente da economia mundial.

Para atingir os seus objetivos políticos, os Estados Unidos aperfeiçoaram estratégias de ação, nomeadamente:

1 – fornecer todos os meios para garantir a estabilidade da entidade sionista, que á a base avançada do projeto imperialista americano na região, e sustentar totalmente essa entidade, fornecer-lhe uma rede de segurança para a sua existência, para que ela possa cumprir o seu papel de tiróide cancerígena na região;

2 – minar os direitos culturais dos nossos povos e trabalhar para enfraquecer a sua moral através dos meios de comunicação sem esquecer a guerra psicológica para afetar os valores e os símbolos da resistência;

3 – sustentar os regimes tirânicos dependentes dos Estados Unidos na região;

4 – posicionamento de bases militares que são articulações necessárias para apoio das guerras;

5 – impedir toda e qualquer rebelião na região que permita o acesso ao poder e ao progresso, ou desempenhar um papel histórico no mundo;

6 – semear a discórdia e as divisões de todo o tipo, em especial os conflitos sectários entre muçulmanos, para a produção de conflitos civis internos intermináveis.

É evidente que só é possível ler qualquer conflito em qualquer região do mundo através da perspectiva duma estratégia global e, portanto, a ameaça americana não se reduz a um espaço preciso, a linha da frente desta ameaça também tem que ser mundial.

Não há a menor dúvida de que se trata duma confrontação difícil e delicada, uma batalha de gerações. A nossa experiência no Líbano já demonstrou que dificuldade não significa impossibilidade.

Isto é verdade verticalmente através da história e também horizontalmente através das nossas extensões geográficas e geopolíticas.

A arrogância americana não deixou aos nossos povos senão a escolha da resistência, a escolha para uma vida melhor, para o futuro do Homem, um futuro regido por relações de fraternidade e de solidariedade na diversidade, um mundo de paz e de harmonia, conforme previsto pelo movimento dos nossos profetas e dos reformadores através da história.

PARTIDO Hezbollah sobre o Líbano e a resistência.


O Líbano é a nossa pátria, a dos nossos pais e dos nossos avós, e é também a pátria dos seus filhos e netos e de todas as gerações que se seguem.

Rejeitamos toda a forma de partição ou de "federalização" explícita ou disfarçada. Queremos uma pátria livre, soberana e independente, generosa, poderosa, capaz, presente nas equações da região, e contribuinte chave no presente e no futuro, como sempre o foi na fabricação da história.

"Israel" representa uma ameaça constante para o Líbano, um modelo de coexistência entre os fieis das religiões divinas e que é contrariado pela presença duma entidade racista: a entidade sionista. Além disso, a existência do Líbano na fronteira da Palestina ocupada, impõe que ele assuma responsabilidades nacionais e patrióticas.

A ameaça israelense começou a fazer-se sentir neste país desde que a entidade sionista foi implantada na Palestina; essa entidade não hesitou em divulgar as suas ambições de anexar o Líbano, de se apoderar das suas riquezas, principalmente as minerais, e tentou concretizar essas ambições progressivamente.

Essa entidade desencadeou uma série criminosa de agressões contra o país desde 1948: o massacre de Houla em 1949, a agressão ao aeroporto internacional de Beirute em 1968… a ocupação de 1982, etc.

Tudo isso foi totalmente apoiado pelos Estados Unidos da América, e em certa medida ignorado pela "comunidade internacional" e pelas instituições internacionais, tornando-as de fato cúmplices do agressor, sem esquecer o silêncio dos árabes, a ausência duma verdadeira autoridade libanesa no Líbano, que abandonou o país e o povo aos massacres e às pilhagens perpetradas pela ocupação israelense.

Perante esta tragédia nacional, o sofrimento da população e o sentimento de abandono pelo mundo levaram os libaneses fieis à sua pátria a recorrer ao seu direito de resistência, que é um dever nacional moral e religioso: a resistência popular armada nasceu assim para enfrentar o perigo sionista que ameaça a sua vida, os seus meios de subsistência e o seu futuro.

Em circunstâncias tão difíceis, o Estado libanês começou a recuperar a sua soberania através da resistência armada, a reencontrar o seu poder de decidir politicamente, um poder que a ocupação israelense tentara roubar-lhe, a resistência serviu de prelúdio à restauração do Estado e das suas instituições e, sobretudo, ao restabelecimento dos valores nacionais: a soberania da pátria e a dignidade, dando à liberdade a sua verdadeira dimensão.

A partir daí, esses valores deixaram de ser apenas um slogan, mas foram consagrados pela resistência para libertar os nossos territórios e recuperar os nossos direitos e são a pedra angular para um Líbano moderno, que recuperou o seu lugar no mapa do mundo como país respeitado e orgulhoso dos seus filhos que pertencem a uma pátria que luta pela liberdade, pela cultura, pela ciência, pela diversidade e pelo dinamismo, uma pátria de dignidade, de sacrifício e de heroísmo.

A retirada das forças de ocupação israelenses no ano 2000 e a vitória histórica na guerra de Julho de 2006, serviram de modelo de defesa e de resistência da pátria, a experiência transformou-se numa escola em proveito dos povos e das nações oprimidas.

A resistência nacional conseguiu, com o apoio do povo e do exército nacional, infligir uma derrota histórica a "Israel", os três em conjunto ofereceram uma base para uma nova fase na região, a partir de agora desempenham um papel central na função de dissuasão do inimigo garantindo a proteção da independência nacional, da soberania e da defesa do seu povo.

Ora, dada a ausência de um Estado forte, dado o desequilíbrio das forças entre o Estado e o inimigo, dada a ameaça permanente das forças israelenses, o Líbano tem que consagrar uma fórmula mista baseada numa aliança entre uma resistência popular que participe na defesa do país contra qualquer invasão israelense, e o exército nacional que deve proteger a pátria e garantir-lhe a sua segurança e a sua estabilidade.

Esta fórmula deve ser desenvolvida no seio duma estratégia de defesa nacional, que servirá de cobertura de segurança para o Líbano, após o fracasso de outras propostas internacionais ou árabes.

A escolha da resistência permitiu a libertação do território do Líbano, o restabelecimento das instituições estatais, a proteção da soberania e a realização duma verdadeira independência.

O êxito da experiência da resistência, o fracasso de todas as guerras para a eliminar, e a permanência da ameaça israelense no Líbano – e não o desaparecimento dessa ameaça – levam a resistência a prosseguir sem descanso na sua missão, a reforçar as suas capacidades militares, para poder participar na tarefa de libertar o que falta dos nossos territórios ainda ocupados, recuperar detidos e pessoas desaparecidas e os corpos dos mártires, e participar na missão de defesa e proteção do nosso país.


PARTIDO Hezbollah sobre o estado e sistema político


O principal problema no sistema político libanês, que impede a reforma e o desenvolvimento e que está permanentemente na ordem do dia, é o confessionalismo político. O sistema foi estabelecido numa base confessional, o que é um obstáculo à realização da verdadeira democracia, a que abre a porta a uma boa repartição dos poderes políticos. Por consequência, a condição para a aplicação duma verdadeira democracia deste gênero é a abolição do confessionalismo político do sistema, que está inscrito no texto dos "Acordos de Taëf" e a necessidade de formar uma comissão nacional para o fazer.

Ora, enquanto os libaneses não atingirem este objetivo através do diálogo nacional – falamos da abolição do confessionalismo político – e também enquanto subsistir o sistema político baseado em linhas sectárias, a democracia consensual mantém-se a base fundamental para a governação no Líbano, porque é ela a encarnação real do espírito da constituição e a essência da Carta da coexistência.

Daí que toda a abordagem das questões nacionais pela maioria e pela minoria deve ser realizada de acordo com as condições históricas e sociais do exercício da democracia efectiva na qual o cidadão constitui um valor em si mesmo.

A democracia consensual é uma fórmula política que exige uma verdadeira participação de todos, o fator de confiança é primordial entre os componentes do país.


PARTIDO Hezbollah sobre o estado que requer


1 – um Estado que permita preservar as liberdades públicas e fornecer todo o ambiente apropriado ao seu exercício;

2 – um Estado baseado na unidade nacional e na coesão nacional;

3 – um Estado capaz de proteger o território e o povo e a soberania e a independência, e que disponha de um exército nacional forte, devidamente equipado, com instituições de segurança eficazes, e que defende a segurança das pessoas e dos interesses;

4 – um Estado com instituições modernas com atores e colaboradores, com poderes e funções claras e precisas;

5 – um Estado que aplique as leis a toda a gente no quadro do respeito das liberdades públicas e da justiça quanto aos direitos e aos deveres dos cidadãos, independentemente das suas seitas e regiões.

6 – um Estado que goze duma representação adequada, o que só pode ser realizado corretamente por uma lei eleitoral moderna que permita aos eleitores escolher os seus representantes libaneses na ausência do controle do dinheiro e de diferentes pressões a fim de obter a maior representação possível dos diversos segmentos do povo libanês;

7 – um Estado que se apoie em competências científicas altamente qualificadas do seu povo, que coloque mecanismos sólidos e eficazes para limpar a administração da corrupção:

8 – um Estado em que haja uma autoridade judiciária forte, independente e livre de qualquer controle político, exercida por juízes de reputação imparcial;

9 – um Estado que goze duma economia baseada nos seus setores produtivos, nos setores da agricultura e da indústria, reforçada por planejamento e programas de apoio de primeiro plano para melhorar a produção e oferecer possibilidades de emprego, especialmente nas zonas rurais;

10 – um Estado que aplique o princípio de desenvolvimento equilibrado entre as regiões, esforçando-se por preencher o fosso entre as políticas econômicas e sociais;

11 – um Estado que se preocupe com o interesse dos seus cidadãos e que forneça os serviços apropriados à sua instrução, aos cuidados médicos e à habitação para ter uma vida decente, um Estado que se dedique a atacar o problema da pobreza e a fornecer possibilidades de emprego;

12 – um Estado que se preocupe com as novas gerações, que ajude a desenvolver os seus talentos e as suas energias e a orientá-las para os objetivos da ajuda humanitária a nível nacional e as protegerá dos desvios e dos vícios;

13 – um Estado determinado a reforçar o papel das mulheres e a reforçar a sua participação em todas as áreas;

14 – um Estado que dê importância à educação nacional, reforçando as escolas públicas e a Universidade libanesa a todos os níveis, assim como a instituição do ensino primário obrigatório e gratuito para toda a gente;

15 – um Estado que instaure um sistema administrativo descentralizado a fim de promover as possibilidades de desenvolvimento e de facilitar os negócios e as transações dos cidadãos, sem permitir que a descentralização administrativa se transforme posteriormente em "federalização";


PARTIDO Hezbollah sobre as relaçõespalestinas


Uma das trágicas consequências da implantação da entidade sionista no território da Palestina é a deslocação dos seus habitantes, o problema dos refugiados palestinos que se refugiaram no Líbano e que esperam regressar aos seus lares de onde foram expulsos.

O sofrimento dos refugiados palestinos no Líbano não está limitado à dor das migrações forçadas e também às agressões e aos massacres israelenses, como o que aconteceu no campo de Nabatiyeh, mas o seu sofrimento também decorre da situação econômica e social catastrófica dos campos, onde não está assegurado o mínimo para uma vida decente, onde estão privados de direitos civis e sociais, tudo isto por causa da indiferença dos sucessivos governos libaneses em cumprir as suas obrigações para com eles.

Este fato não é normal e é agora imperativo que as autoridades libanesas assumam as suas responsabilidades, é necessário estabelecer relações libano-palestinas sólidas e ter em conta os interesses comuns dos dois povos, não manter esta relação regulada pelos caprichos e pelos humores, e os cálculos políticos internos ou as ingerências internacionais.

Isto é possível de realizar, nomeadamente através:

1. de um diálogo direto libano-palestino;

2. os palestinos no Líbano devem acordar um padrão de referência para os representar neste diálogo e contornar as divergências na situação palestina em geral;

3. dar aos palestinos os seus direitos civis e sociais e preservar a sua personalidade, a sua identidade e a sua causa.

4. defender o seu direito de regresso e recusar toda a naturalização.


PARTIDO Hezbollah sobre as relações árabes


A identidade árabe do Líbano e a sua pertença árabe são inerentes à composição da comunidade libanesa.

A geopolítica regional e as políticas estratégicas regionais, os interesses nacionais, esses determinantes da estratégia política do Líbano, atribuem-lhe a necessidade de respeitar as causas árabes justas, nomeadamente a questão da Palestina e o conflito com o inimigo israelense.

O desenvolvimento da escola assente na luta contra os conflitos políticos, na prevenção de qualquer forma de discórdia, é uma opção que devia ser adotada no tratamento das questões árabes, assim como a procura de pontos comuns a fim de realizar uma verdadeira solidariedade para resolver as nossas questões.

Aqui, a escolha da resistência é uma necessidade fundamental para reposicionar a posição árabe e enfraquecer o inimigo, qualquer que seja a natureza das estratégias políticas ou os preconceitos.

Neste contexto, a Síria registrou uma atitude histórica e inabalável na luta contra o inimigo israelense, apoiou os movimentos de resistência na região, manteve-se ao nosso lado apesar das circunstâncias muito difíceis, procurou unificar os esforços árabes a fim de garantir os interesses da região e enfrentar os desafios.

Sublinhamos a necessidade de respeitar as relações excepcionais entre o Líbano e a Síria enquanto necessidade política, de segurança e econômica ditada pelos interesses dos dois países e dos dois povos, e também pelos imperativos da geopolítica e das exigências para a estabilidade do Líbano, ou mesmo para enfrentar os desafios comuns. Apelamos para que se ponha fim a todos os sentimentos negativos que têm manchado as relações bilaterais no decurso dos últimos anos e o regresso a relações normais logo que possível.


PARTIDO Hezbollah sobre as relações islâmicas


O nosso mundo árabe e muçulmano confronta-se com desafios que afetam a composição diversificada das nossas sociedades o que exige uma tolerância zero a este respeito.

A escalada das tensões sectárias, especialmente entre sunitas e xiitas, a criação de contradições nacionais entre os curdos, os turcomanos e os árabes e os iranianos. A imigração das minorias da nossa região, em especial as minorias cristãs na Palestina, no Iraque, no Líbano, ameaça a coesão das nossas sociedades e impedem o desenvolvimento.

Ora, a diversidade religiosa e étnica, em vez de ser uma fonte de riqueza, tem vindo a ser utilizada como uma arma para destroçar a nação árabe.

O Hezbolá confirma a importância da cooperação entre os países islâmicos em todas as áreas, o que lhe garante a força da solidariedade frente a regimes arrogantes, a proteção da invasão cultural da comunidade e encoraja-os a tirar partido dos seus recursos na troca das diferentes prestações entre esses países.

Neste contexto, o Hezbolá considera que o Irã islâmico é um Estado importante no mundo muçulmano, a sua revolução conseguiu desenraizar o regime do Xá e frustrar os projetos do sionismo. O Irã apoiou os movimentos de resistência na nossa região e defende com coragem e determinação as questões árabes e islâmicas, em especial a questão palestina.

A política da República Islâmica do Irã é clara e coerente ao apoiar a questão central dos árabes e dos muçulmanos: a questão palestina.

Ao anunciar a vitória da revolução islâmica chefiada pelo Imame Khomeini, o Irã abriu uma embaixada palestina em substituição da embaixada de Israel, e manteve esse apoio sob todas as formas até hoje sob a direção do Imame Khamenei, que conquistou importantes vitórias pela primeira vez na história do conflito com os invasores sionistas.

A fabricação de contradições com a República Islâmica do Irã por determinados partidos árabes é um desafio para os árabes e só beneficiam "Israel" e os Estados Unidos da América.

O Irã, que redigiu a sua ideologia política, e construiu a sua política sobre "a centralidade da questão palestina", a luta contra "Israel" e a hegemonia americana, a integração no mundo árabe e no ambiente islâmico, deve ser tratado na base da vontade de cooperação e de fraternidade, no reconhecimento que ele é um centro de gravidade estratégico, atualmente o modelo de independência do projeto árabe da independência islâmica e uma força com que podem contar vários países e povos.

Lembramos a importância da unidade entre muçulmanos, de desconfiar de quem provoca a distinção entre eles, sobretudo as dissenções sectárias entre sunitas e xiitas, contamos com a consciência dos povos muçulmanos na luta contra o que se conspira contra eles.


PARTIDO Hezbollah sobre a palestina e os sionistas


Em primeiro lugar a questão da Palestina e a entidade sionista

A implantação da entidade sionista desde a agressão da Palestina e a deslocação dos seus habitantes em 1948, sob os auspícios e o apoio das potências internacionais hegemônicas da época, é uma ameaça direta e grave em toda a região árabe e uma verdadeira ameaça para a sua segurança e estabilidade, na medida em que ela não reaja.

O crime contra a humanidade praticado pelo Ocidente é a implantação desta entidade estranha no coração do mundo árabe e muçulmano, hostil, uma base do controle e da hegemonia nesta região em especial.

O movimento sionista é um movimento racista no pensamento e na prática. Além disso, a entidade continuou durante toda a ocupação os massacres e o terrorismo, com o apoio e os desvelos das potências colonialistas, em especial, dos Estados Unidos da América, o seu verdadeiro parceiro em todas as suas guerras e massacres e práticas do terrorismo.

Esta entidade é uma entidade usurpadora artificial, não é viável.

A responsabilidade histórica que compete à nação é de não a reconhecer, quaisquer que sejam as pressões e os desafios e continuar a trabalhar pela libertação de todos os territórios usurpados e restabelecer os direitos usurpados de toda a gente, independentemente do tempo que levar e dos sacrifícios que houver que fazer.

Todo o mundo está ao corrente do caráter sagrado de Jerusalém e da mesquita Al Aqsa, a primeira Qibla e o terceiro lugar santo, o ponto dos profetas e dos apóstolos (rezaram pela humanidade de Deus); ninguém nega a profundidade da sua relação com o Islão como um dos símbolos islâmicos mais importantes sobre a terra.

E a cidade de Jerusalém, o berço dos locais santos islâmicos e cristãos, goza de grande prestígio entre muçulmanos e cristãos.

A ocupação israelense continua a judaicizar a cidade santa através da expulsão do seu povo e da confisco das suas casas e dos seus bens, da construção de colônias judias e do muro do apartheid.

Os graves ataques incessantes e repetidos a Al-Aqsa fazem parte do plano da sua destruição, são uma ameaça grave e real à sua existência, a sua sobrevivência corre o risco de provocar repercussões em toda a região.

O nosso dever é apoiar a libertação de Jerusalém e defender Al-Aqsa, é um dever religioso, uma responsabilidade ética para todos os povos livres do mundo inteiro.

Convidamos e apelamos aos árabes e aos muçulmanos, e a todos os países que desejam a paz e a estabilidade no mundo, que desenvolvam esforços para libertar Jerusalém da ocupação sionista e para manter a sua verdadeira identidade e os lugares santos islâmicos e cristãos.

O povo palestino trava uma batalha de auto-defesa para recuperar os seus direitos nacionais legítimos na Palestina, exerce um direito legítimo reconhecido pelas mensagens celestes, pelas leis internacionais e pelos valores da humanidade.

Este direito inclui todas as formas de resistência – primeiro e acima de tudo a luta armada – e todos os meios que as facções da resistência palestina possam utilizar, tendo em conta o desequilíbrio das forças a favor do inimigo sionista que possui as mais modernas armas de destruição.

A experiência demonstrou q importância e a eficácia da opção da resistência e da luta armada frente à agressão com vista à libertação dos territórios para repor os direitos e conseguir instaurar um novo equilíbrio de forças.

A guerra de Julho de 2006 e a guerra de Gaza são disso provas reais…

Se é este o ponto da existência no Líbano e na Palestina, qual é a praticabilidade da negociação de opções Altswoi? Quais são os resultados, os interesses e os ganhos realizados pelas negociações em todas as fases e em todos os acordos obtidos? Não serão maior arrogância e hegemonia e intransigência israelense e mais ganhos dos interesses e das condições israelenses?

Enquanto afirmamos para o povo palestino e para a questão palestina, de se agarrarem à história, geográfica e política, declaramos clara e firmemente o nosso apoio ao povo palestino e aos movimentos de resistência palestina e à sua luta contra o projeto israelense.

A nossa posição quanto ao processo de regulamento desde os acordos de Madrid aos Acordos de Oslo e, antes destes, os de "Camp David" e aos seus anexos, é a rejeição total da opção de um regulamento com a entidade sionista, com base no reconhecimento da legitimidade da sua existência e no abandono do território da Palestina.
Esta posição é fixa, permanente e definitiva, não negociável, mesmo que o mundo inteiro reconheça "Israel".
Deste ponto de vista, duma posição de fraternidade, de responsabilidade, apelamos aos dirigentes árabes para reconsiderar a possibilidade de negociações e reexaminar os resultados dos acordos assinados com o inimigo sionista.
A entidade sionista demonstrou durante todas as etapas das negociações que não pretende a paz, que utiliza as negociações para impor condições e proteger os seus interesses…
Por consequência, convidamos, desejamos e esperamos que todos os árabes e todos os muçulmanos se reúnam em volta da Palestina e de Jerusalém para a libertar da contaminação da ocupação sionista, suprir todas as necessidades de apoio necessárias para reforçar a resistência do povo palestino e permitir que ele prossiga a resistência e rejeite todos os projetos de normalização com o inimigo sionista, faça respeitar o direito de regresso de todos os refugiados palestinos às suas terras e às suas casas de onde foram expulsos.

"Viva o HEZBOLLAH !"

O HEZBOLLAH é um partido político que chega contar com até 80% da população do Líbano em algumas regiões do país;não trata-se de um "grupo terrorista" -como a mídia ocidental(servil)tenta nos fazer acreditar- Esse partido luta de forma legítima pelos direitos de seu povo, defendendo suas crenças e combatendo ao imperialismo em sua região.

Devemos ter o trabalho de fazer uma pesquisa menos superficial,e assim constatar quem é o verdadeiro terrorista.