domingo, 21 de março de 2010

Indicadores para uma nova guerra no Oriente Médio ainda em 2010 / Visita de Lula.

* Shimon Perez,presidente israelense, diz com todas as letras que “Ahmadinejad quer estabelecer uma hegemonia persa no Oriente Médio e que, para isso, utiliza o conflito árabe-israelense como mero pretexto para manipular sua expansão”. Provavelmente os Estados Unidos, sem condições de iniciar uma nova guerra, estejam agindo na ONU para dar cobertura a um ataque israelense.

* O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad que é acusado, por Israel e seu parceiro EUA, de pretender expandir o império persa, hoje é ligado ao Hamas, grupo "fundamentalista" palestino, que controla a Faixa de Gaza, e também ao Hezbollah, organização com atuação política e paramilitar sediado no Líbano. Ahmadinejad dúvida das reais proporções do "Holocausto judeu", porém, não o nega, e já chegou a dizer que pode dialogar com todos os países do mundo, menos Israel.

* O governo Americano vem trabalhando, no âmbito da ONU (parceira de EUA/Israel), para impor sanções econômicas ao Irã em razão de seu programa nuclear, o qual alegam que não possui objetivos apenas pacíficos. Recentemente o governo russo anúnciou que apóia o programa nuclear persa. Israel não acredita no sucesso dessas sanções e se prepara para agir de forma unilateral, algo comum ao estado judeu.

* Israel acelera o programa de assentamento de colonos em territórios palestinos, contrariando a "orientação norte-americana" e a da ONU (mais uma vez). Humilhou o vice-presidente americano Joe Biden, anunciando novos assentamentos, durante sua visita a Jerusalém. "Extremeceu" a relação entre os dois países.
Os protestos do lado palestino crescem,é óbvio, com o anúncio da construção de mais assentamentos em novo ato unilateral por parte do estado hebreu.

* A Liga Árabe anunciou congelar quaisquer contatos com Israel, inclusive através de medianeiros, até que esse país não encerre definitivamente o programa de construção de novas moradias nos territórios em disputa.

* Os sionistas ficaram irritados com o surpreendente prazo de dois anos imposto pelos mediadores(EUA,Rússia,União Européia,ONU)do conflito Árabe x Israelense, para sua resolução. Mesmo assim não desistem da construção dos assentamentos, tal desistência é uma condição indispensável por parte da Autoridade palestina para que se tenha início as negociações de paz. Ao que tudo indica os sionistas continuarão buscando seu macabro sonho de "grande Israel".

Bom, foi em meio a tal cenário que ocorreu a visita do presidente Lula ao Oriente Médio com pretensões de mediar o conflito, não acredito que governo brasileiro conseguiria resolver o problema, ainda mais se levarmos em conta que os israelense não acreditam na neutralidade brasileira. Por outro lado os palestinos se opuseram ao Tratado de Livre Comércio Israel-Mercosul, que entra agora em vigor, por entender que o Mercosul,o quinto PIB do mundo fortalece Israel na economia global.

Não podemos deixar de destacar a coragem do presidente brasileiro em se recusar a visitar o túmulo do pai do sionismo, mais sagrado que o museu do "holocausto" para os judeus sionistas, tal atitude, foi encarada como um ato grosseiro por parte de membros do governo de Israel, porém, logo depois, em visita a Ramalá Lula depositou flores no Mausoléu de Yasser Arafat, na sede da presidência da Autoridade Nacional Palestina.
Lula também criticou abertamente no parlamento israelense a posse de armas de destruição em massa no Oriente Médio, Israel é possuidor de tais armas, e disse mais uma vez que apóia o programa núclear iraniano, que acredita ter fins pacificos, falou também ser contra a expansão dos assentamentos judeus na Csisjordânia.

Parabéns ao presidente Lula por sua postura Anti-sionista.

domingo, 14 de março de 2010

O " DIREITO DE EXISTÊNCIA" DE ISRAEL

A aceitação desse título abstrato e misterioso tem sido desde a fundação do “lar nacional judaico”, em 1948, um pretexto inflexível para que o Ocidente se recuse a dialogar com qualquer organização árabe ou islâmica que lide com a resistência à expansão colonialista de Israel sobre as terras árabes. Acontece que, de uma maneira ou de outra, todos os palestinos já aceitaram
a existência de Israel.

Por acaso, os palestinos não reconheceram a existência de Israel quando os mesmos impediram o acesso de alimentos, remédios, combustível, eletricidade e água potável a Gaza por 18 meses? Não reconheceram Israel com a imposição da “dieta israelense” sobre os civis palestinos, que, nas palavras de Dov Weissglass, o advogado de Ehud Olmert, “deixou os palestinos mais magros?” Certamente, todos em Gaza reconheceram a existência de Israel quando esse cerco foi iniciado, preparando o terreno para o massacre que se seguiu e que deixou mais de 1400 pessoas mortas, sendo mais de 450 crianças.

Será que a família Samounis, palestinos de Gaza, não reconheceu a existência de Israel quando 110 familiares foram encaminhados pelos soldados israelenses a um refúgio sem comida ou água por 24 horas, antes do edifício ser demolido pelos bombardeios que deixaram mais de 30 mortos? Ou quando, 3 dias depois, ambulâncias foram proibidas de se aproximarem do local para recolher as dezenas de feridos em meio aos escombros? E quanto às quatro crianças encontradas famintas e machucadas próximas aos corpos sem vida das próprias mães, que foram retiradas do local com carroças porque as ambulâncias não foram autorizadas por Israel para se aproximarem do local? Com certeza, toda a família Samounis reconheceu a existência de Israel, com mais clareza e lucidez do que qualquer governo do Ocidente poderia demandar.

Por Juliana Tutunji.