terça-feira, 8 de março de 2011

Miséria moral: "Carnaval após Carnaval".

Pois é. Mas um carnaval chega ao fim. E os miseráveis continuam com as mãos súplices, cheios de necessidade e de fome, porém, mais uma vez sobraram fartas contribuições para que os salões, ruas, e avenidas tivessem seus glamurosos enfeites e se intensificassem nas obrigações sagradas de entorpecer os cidadãos com festejos por todo lado.

Ação altamente nobre seria a de empregar todas as verbas consumidas nesses festejos, assim como os lucros exorbitantes, na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho, uma assistência aqueles que por imposições da vida, são obrigados a passarem alheios a qualquer festejo, ou culto a "alegria" popular.

Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. O carnaval: "iguala os homens na busca pelo entorpecimento, na fuga da realidade pela alegria". Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem? Seria uma utopia sonhar com um Carnaval onde possamos reconstruir e reedificar os costumes para que chegue ao bem de todas as almas, que mais um ano passaram alheias a todo o "pão-circo", privadas em uma existência vil.

É incontestável que a sociedade pode, em seu egoísmo coletivo, exibir superfluidades e luxos explendorosos, mas, enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza, ela só poderá fornecer com isso um eloqüente atestado de sua miséria moral. E isso: "Carnaval após Carnaval."

Ps> Não sou contra o Carnaval. O texto acima é apenas um lembrete de algo importante, em muito, esquecido por nós.

2 comentários:

  1. Excelente! E isso aqui complementa: http://nacontramaodaalienacao.blogspot.com/2011/01/desalienar-se-e-nova-palavra-de-ordem.html

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