Durante décadas, parecia que os Estados Unidos eram de outro planeta. A economia sempre andava bem, as guerras serviam para gerar encomendas à indústria bélica, os déficits eram financiados por dólares aceitos avidamente pelo resto do mundo. Porém, agora os norte americanos colhem os amargos frutos da "guerra contra o terror". Pois é.
A verdade é que hoje uma outra realidade bate à porta dos Yankees. Atualmente, naquele país, podemos ver pais e professores, protestando contra cortes na educação; questionando a qualidade do ensino, e professores mostrando preocupação com seu emprego. Aliás, hoje o desemprego é uma triste realidade nos EUA. Pra se ter uma idéia, os mexicanos não querem mais o "sonho americano". Que coisa.
Alguns analistas afirmavam que o capitalismo é muito bom, mas, aplicado no ensino primário, gera uma busca pelo lucro incompatível com a necessidade de se prover boa educação para as crianças. Nossa! Até os planos de saúde da terra do Tio San estão com custos cada vez mais altos. Os abrigos pra sem-teto estão lotados. Que crise.
Esse tipo de problemas, que os EUA esdtão enfrentando, ocorre há anos em toda as Américas, do Sul e Central, no Leste Europeu, na Ásia e em quase todo o mundo. Agora, chegou a Washington.
Ademais, deve-se registrar que o Congresso norte americano permite como limite máximo da dívida pública de USA o montante de até 14,3 trilhões de dólares, que está estourado. O Departamento do Tesouro daquele país está sem saída, com o Presidente Obama mais perdido que cego em tiroteio. E com as eleições chegando, oposição e situação não chegam a um acordo. Certamente ocorrerá um corte de gastos. Enfim, o futuro do Tio San não é nada promissor.
Bom, será que os yankees saem dessa? Não sei. E como não sofro de síndrome de vira-latas, sei apenas que a nova realidade nos States não afeta nossa economia; isso pelo fato de que hoje o Brasil também tem uma nova realidade. E não mais somos dependentes deles.
Escrevi o texto acima no dia 24 de julho de 2011. Desde então, ouveram algumas movimentações nos bastidores do poder yankee e, consequentemente, global, pois bem, a conclusão que cheguei foi a de que o Tio San vai sair dessa, porém, com sequelas irreparáveis; por exemplo: seu crédito, por exemplo, nunca mais será o mesmo, assim como seus limites, o que quero dizer é que os americanos vão ter limites e, consequentemente, problemas comuns nos demais países do Globo terrestre. Enfim, ainda não será a queda do Império, mas, certamente, o início de seu declínio.
Fiz o breve comentário acima no dia 31 de julho de 2011, na iminência de um acordo entre republicanos e democratas para elevar o teto da dívida nos EUA. Pois bem, o acordo ocorreu. Em seguida, no dia 08 de agosto de 2011, tive a oportunidade de ter acesso a trechos de uma interessante entrevista de Maria da Conceição Tavares a Revista Carta Maior. Link: http://www.viomundo.com.br/politica/maria-da-conceicao-tavares-vivendo-a-treva-na-mao-dos-ultraliberais.html. E da tal entrevista destaco a seguinte parte: "MCT – As forças que se articularam na sociedade norte-americana, basicamente forças conservadoras, de um reacionarismo profundo, não em condições de produzir uma nova hegemonia propositiva. Claro, eles tem as armas de guerra. Não é pouco, como temos visto. Vão se impor assim por mais tempo. Mas daí não sai um novo hegemon. Vamos caminhar para um poder multilateral, negociado, sujeito a contrapesos que nos livrarão de coisas desse tipo, como a ascendência do Tea Party nos EUA. Uma minoria que irradia a treva para o mundo." Ela disse também: "Vivemos um colapso do neoliberalismo sob o tacão dos ultra-neoliberais: isso é a treva!”
Então... hoje, dia 09 de agosto de 2011, digo que a crise atual posta a nossa frente é diferente de tudo que vimos em nosso tempo, e será um marco histórico, reafirmo o início do declínio de um império. E ao contrário dos céticos, e todo terrorismo midiático que acompanhamos por esses dias de instabilidade Global, afirmo que nosso país não perderá nada com isso.
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