Do Tijolaço (Brizola Neto)
Fico espantado com a superficialidade com que se está tratando esta tragédia na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo. O rapaz enlouquecido que fez essa monstruosidade é apresentado de todas as formas preconceituosas possíveis, como portador de HIV ou religioso islâmico e acusado de “passar o dia na internet”. Ora, nenhuma destas três coisas explica coisa alguma sobre o ataque psicótico que o levou a atacar e matar crianças em uma escola.
Se explicassem, haveria milhares de tragédias assim, pois há milhões de soropositivos, de islâmicos e de nerds.
Só reforça esteriótipos e preconceitos, porque nem Aids, nem fé muçulmana ou internet fabricam este tipo de loucura.
A tão falada carta do homicida a cada hora é usada para achar uma “lógica” num ato ilógico, louco, transtornado. Uma exploração irresponsável, discriminatória e cheia de ódios. Afinal, a carta apareceu e não faz referência a nada do que se falou na imprensa, irresponsavelmente.
E ficaram falando em “fundamentalismo islâmico”. Que vergonha!
Aliás, não é só a mídia que está agindo com leviandade. O Senador José Sarney perdeu uma boa oportunidade de ficar calado. Suas declarações de que o ato foi “terrorismo” e de que era preciso colocar “segurança pública” (o que seria isso, artes marciais, defesa pessoal, ou o que?) no currículo das escolas são lamentáveis.
Como eu disse antes, o colégio era tranquilo, nunca tinha registrado incidentes de violência e até tinha um bom sistema de segurança. ora, ninguém está livre de deixar entrar um louco sob a aparência mais cândida do mundo.
Não é hora de histeria. Todos vocês lembram dos demagogos que prometiam -parece que se mancaram – colocar um guarda em cada esquina, como se um guarda próximo fosse evitar este massacre. Não evitaria, até porque, casualmente, havia policiais perto e eles agiram rapidamente. A presença de um policial sentado dentro da escola só ia, provavelmente, fazer com que um louco disposto a chacinar começasse por ele, de surpresa.
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Primeiramente, devo dizer que concordo com Brizola Neto. Posto isso, não se tem muito o que falar; o fato é esse caso foi muito triste, muito mesmo, porém, isolado. E assim deveria tratado. Pois quando louco perturbado quer matar: NÃO TEM SEGURANÇA PÚBLICA QUE O SEGURE; assim como não tem ciência que explique, ou, forneça solução alguma. Devemos deixar a demagogia de lado, assim como a politicagem. Espero que não estejamos testemunhando a chegada de uma nova modalidade de crime em nosso país. Um outro fato relevante, é que nossa mídia, mais que irresponsável, e demais formadores de opinião, devem ter muita calma nessa hora, pois já temos problemas demais, e não precisamos importar mais um; essa insistência em ligar Wellington ao islã, é um erro sem precedentes. Quanto aos demais debates suscitados pelo sofrível acontecimento, como inclusão social, segurança pública, e etc... é óbvio que são necessários, mas, não pautados em uma caso isolado.
Infelizmente, "intelectuais", assim como sensacionalistas, tentam, cada um a sua forma, destilar explicações e soluções, principalmente pelas redes sociais, mas, o fato é que trata-se de algo incomum em nossa sociedade, é isolado sim, e espero que assim continue.
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