quarta-feira, 20 de abril de 2011

Novela documentário do SBT apavora a GLOBO, e colaboradores da repressão.

Uma associação de militares reformados lançou abaixo-assinado na internet em que pede a censura à novela do SBT "Amor e Revolução", que retrata a repressão a militantes de esquerda durante a ditadura (1964-1985).

"É óbvio que o governo federal, através da Comissão da Verdade, recém-criada, está participando do acordo em exibir a novela", diz o manifesto.
Até uns dias atrás, o abaixo-assinado tinha 535 assinaturas.
O autor da novela, Tiago Santiago, disse que a tentativa de censura é inconstitucional e interessa apenas a "torturadores e assassinos" do regime.
Já a assessoria do SBT afirma que não vai comentar o assunto.
O texto da Abmigaer (Associação Beneficente dos Militares Inativos e Graduados da Aeronáutica) evoca a Lei da Anistia, que não instituiu qualquer tipo de cerceamento a informações sobre o período.



"Antigos quadros militares da reserva, ligados ao regime de 64, articularam-se para pedir censura à novela “Amor e Revolução” do SBT, que vem expondo arbitrariedades ocorridas durante a ditadura.

Trata-se de ato inconcebível no Estado Democrático de Direito. Neste, a desaprovação a uma obra artística deve ser feita através da crítica, não pelo recurso à censura.

A novela reprovada por essa corrente militar apresenta versão romantizada de episódios ocorridos após o golpe militar de 64.

Pela primeira vez, fatos como a tortura de adversários do regime (e até de inocentes) são expostos através desse meio de expressão cênica (novela) que foi popularizado no Brasil.
Vista de forma desapaixonada, a novela não procura atribuir as malfeitorias às Forças Armadas como um todo, apenas aponta os descaminhos de uma facção militar ideologicamente extremada e de maus policiais que enveredaram pela trilha da violação dos direitos humanos.

Para eles, como se sabe, o regime providenciou uma anistia prévia.

A legislação internacional sobre direitos humanos não aceita anistia de agentes do Estado envolvidos nesse tipo de crime.

Certo, a Justiça brasileira recepcionou a lei da ditadura.

Contudo, não é proibido (nem poderia ser) abordar esses atos, seja pela imprensa seja por outras formas de liberdade de expressão.

Afinal, estamos numa democracia.

A indócil reação desse segmento militar não é só equivocada quanto à forma, mas desproporcional se levarmos em conta a sua situação jurídica. Basta ver que em outros países, também vitimados por ditaduras, as anistias impostas por esses regimes foram revisadas e os agentes acusados de crimes contra os direitos humanos estão sendo levados aos tribunais.

Os últimos a fazerem isso foram os uruguaios, cujo Senado, esta semana, decidiu seguir as recomendações das cortes internacionais de direitos humanos e suprimiu os artigos que impediam o julgamento de torturadores."

Fonte: Direitoce - Jornalismo & Informações Jurídicas


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Ainda em tempo, venho saudar o SBT por lembrar aquilo que não podemos esquecer, assim como tem feito, resgatando uma página importantíssima de nossa história: a dura luta que uma geração travou contra a repressão, brigando por um Brasil igualitário e livre, e em muitos casos pagando com a própria vida. O resgate dessa parte da história tem chego até o povo brasileiro, através da novela AMOR E REVOLUÇÃO, que ganha um certo aspecto de documentário. Parabéns a emissora pela bela iniciativa. Vale, também, o registro do quão interessante são os depoimentos no fim de cada capítulo. Emocionante ouvir aqueles que arriscaram a vida, e também lembrar dos que perderam, em uma luta por democracia, liberdade e igualdade.

2 comentários:

  1. É isso aí. Será que eles acham que ainda tão na ditadura?? Putz..

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  2. Carlos, oque eles pensam eu não sei. Mas, podemos dizer que não beira ao ridículo, na verdade, cai nele. Rs...

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